Família

Igreja-Família: Os desafios da cultura dominante

Tema em destaque entre as questões atuais do jornalismo no 10º Curso de Informação Religiosa
saradhi-photography-j83t4AjvH6g-unsplash.jpg

 

“Durante muito tempo, como Igreja, pensamos ingenuamente que lidávamos com famílias naturalmente imbuídas de valores, como a fidelidade, a estabilidade, a abertura à vida. Subestimamos o efeito disruptivo da revolução sexual, que mudou radicalmente a forma como percebemos a moral e os costumes, assim como a revolução biomédica e tecnológica que introduziu modos disseminados de controle das decisões reprodutivas dos casais e dos nascimentos, mudando o destino das famílias e a vida das pessoas.” Foram a palavras que Gabriella Gambino, subsecretária do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, dirigiu aos participantes da 10ª edição do Curso de Especialização em Informação Religiosa, organizado pela Pontifícia Universidade da Santa Cruz, em Roma.

Os destinatários do curso anual são jornalistas do mundo todo

Os destinatários do curso anual são jornalistas do mundo todo que, de Roma, cobrem os diferentes eventos da vida da Igreja. As questões com que lidam são muitas vezes complexas e requerem um treinamento específico. Surge daí a oferta de um curso dedicado a eles e ministrado por personalidades da Igreja, professores de diversas universidades pontifícias e outras universidades romanas.

Com relação ao mesmo tema, já abordado na última edição do Curso, a Dra. Gambino quis inspirar-se, 10 anos após a publicação da exortação apostólica Evangelii Gaudium, no “poderoso convite do Papa Francisco de lançar ‘uma nova etapa evangelizadora, cheia de ardor e dinamismo’ para uma Igreja ‘em saída’, consciente dos desafios que tem pela frente”.

A família cristã precisa ser acompanhada

A família cristã, vivendo neste ambiente cultural, tem de ser acompanhada para “tornar-se mais consciente da sua identidade cristã e do seu Batismo” e saber enfrentar com mais consciência e com instrumentos adequados os desafios que a assolam. É de fundamental importância que as famílias compartilhem entre si, para poderem experimentar “que não estão sozinhas, que podem ser ‘testemunhas vivas’ umas para as outras, a fim de anunciar de modo vibrante o amor e a ternura de Cristo mesmo nos contextos familiares mais sofridos... e explicar aos filhos, às jovens gerações, que não é qualquer tipo de família, mas sim a família fundada no matrimônio fiel e indissolúvel que ainda é necessária para construir uma sociedade baseada na verdade e no bem comum.”

O Pacto Global sobre a Família

Na conclusão do encontro, Gambino recordou o Family Global Compact, o Pacto Global sobre a Família que será lançado em breve e unirá o compromisso dos Institutos Universitários de Família, inspirados na Doutrina Social da Igreja, num caminho de diálogo e ação interdisciplinar e transdisciplinar no trabalho de pesquisa. Pretende fazer com que Igreja e sociedade se movam juntas para dar voz a um pensamento global e integral sobre a família que seja respeite de forma autêntica aquilo que é, de acordo com a antropologia cristã.

04 de Maio de 2023