JMJ Lisboa 2023

Estilos de vida para uma nova humanidade: o IV Congresso sobre o Cuidado da Criação na JMJ de Lisboa

Síntese e conclusão
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Falemos de estilo: o do Congresso organizado pela Fundação João Paulo II para a Juventude – o quarto, depois do da JMJ do Rio de Janeiro (2013), de Cracóvia (2016) e da Cidade do Panamá (2019) – pretendia ser muito concreto: não apenas fazer com que os jovens entrassem no coração da Laudato Si’, mas também com que o pensamento de Francisco se tornasse para eles gesto quotidiano, costume de cuidar de cada coisa e do outro.

Por isso, foram convidados diversos especialistas de todas as partes do mundo, e os trabalhos foram divididos em cinco painéis, que entraram na vida concreta destes nossos tempos: Mudança de estilos de vida, de produção e consumo; estilos de vida e educação dos jovens: família, amizade e sociedade; estilos de vida e recursos naturais: água, energia e agricultura: “Fazer com que o clamor da Terra e o clamor dos pobres sejam ouvidos”; estilos de vida e política: encarar os novos conflitos com liberdade e responsabilidade/operar com base nos grandes princípios e pensar no bem comum a longo prazo; e, por fim, estilos de vida e tecnologia: a tecnologia como modo criativo de cuidar da casa comum.

Com esses temas, os jovens se envolveram com muita participação e diálogo: “O primeiro passo é procurar ter uma relação muito profunda com Deus”, diz Joanna, palestrante do segundo painel. “Fomos nós que criamos os obstáculos, não são maiores do que nós”, diz com otimismo e confiança Milagros, palestrante do terceiro grupo. “É importante ter uma visão sinodal da crise climática, o nosso ponto de vista pessoal não é suficiente”, completa a palestrante do quarto painel. E muitos, muitos outros pontos de grande interesse foram abordados.

A conclusão foi confiada a Mons. Claudio Giuliodori, Presidente da Comissão Jovens do Conselho das Conferências Episcopais Europeias. Começou recordando os 400 anos de nascimento do pensador Blaise Pascal, que disse: “A humanidade corre em direção ao abismo, e para não pensar no que está fazendo, põese um teatro na frente dos olhos”. Hoje, esses teatros se multiplicam. Hoje, aqui, tentamos colocar no centro as coisas realmente importantes, a partir da contemplação da criação: “antes de mais, contemplar, ter um olhar capaz de colher a beleza, o que nos libera da presunção de possuir e dominar. Colher a harmonia e a fragilidade. A criação é uma realidade complexa, que levanta muitas perguntas, que está em contínua transformação.” Não podemos mudar o passado, mas o presente e o futuro estão nas mãos da nossa liberdade e das nossas escolhas. “Falamos de estilos de vida”, prosseguiu, “como cristãos, acreditamos ter um estilista formidável, Deus Pai; um modelo, que é Jesus Cristo; um alfaiate excepcional, que costura a vida de cada qual à sua própria medida, que é o Espírito Santo. Devemos adotar deles o nosso estilo de vida”. Com a lógica do Evangelho, podemos começar a mudar o nosso estilo de vida. Recordou, a seguir, as portas por onde se pode entrar nessa mentalidade de mudanças: o presente, com a JMJ que estamos vivendo em Lisboa; o Sínodo, que terá como uma das pautas principais o cuidado da criação; o Jubileu de 2025, que recorda que de vez em quando é preciso parar e prestar contas a Deus: um tempo de graça para recomeçar, melhorados.

As saudações e agradecimentos finais ficaram a cargo da anfitriã, a Profa. Dra. Isabel Capeloa Gil, Reitora da Universidade Católica Portuguesa: “esta semana de graça para Lisboa e para a Igreja não poderia ter começado de forma melhor. Estamos honrados com a escolha da nossa cidade para a JMJ e da nossa Universidade para este lindo encontro.”

 

01 de Agosto de 2023