Ad limina
Para trazer os jovens para a Igreja, temos de oferecer experiências significativas
Com a chegada do quarto grupo de bispos poloneses no dia 25 de outubro, concluiu-se o ciclo de visitas ad limina dos prelados ao Dicastério
Quantas questões pastorais urgentes! Ao falar dos leigos, exprimiram uma grande preocupação pelo crescente número de fiéis que, ainda que frequentem a missa dominical, levam uma vida que em nada reflete os valores cristãos, uma ruptura que só se poderá reduzir e superar com a contribuição dos próprios leigos. Por isso, estes devem ter uma formação sólida, a fim de que se tornem verdadeiros corresponsáveis das estruturas eclesiais e principalmente encorajados a serem missionários na sociedade. Os sacerdotes devem também fazer a parte deles, saindo da rotina pastoral para ousar uma abordagem mais sinodal e em colaboração com os leigos. Também deve ser feito um esforço especial para vencer a indiferença dos jovens. Segundo os bispos, é preciso cunhar para eles uma linguagem nova, capaz de explicar-lhes a beleza do projeto de Deus e convencê-los a viver segundo esse projeto. “É fundamental – acrescenta o Pe. Alexandre, secretário do Dicastério – oferecer-lhes experiências significativas, sejam de voluntariado, de amizade, de engajamento social, enfim, coisas que tocam as fibras do coração dos jovens e das quais pode nascer um encontro autêntico com Cristo.”
Sobre o tema da família, por conta de fatores velhos e novos (comunismo, influência do Ocidente, fenônemos migratórios...) os bispos apontaram para uma queda inexorável do número de casamentos em geral, e dos casamentos sacramentais em particular, em favor de uma cultura da coabitação cada vez mais difundida. Estes números, somados à quantidade de casamentos que acabam – também estes em aumento por todo o país – dão a medida do desafio que a Igreja da Polônia deve enfrentar no campo da pastoral familiar. E deve-se agir rápido – reconheceram os bispos – porque já se começam a fazer sentir os efeitos destas novas tendências em outros âmbitos da Igreja. Por exemplo, é cada vez mais difícil encontrar um padrinho idôneo para acompanhar as crianças e jovens nos sacramentos da iniciação cristã. Face a estes desafios, todos os bispos concordaram que a exortação Amoris Laetitia representa hoje um instrumento pastoral importante para discernir estas situações e decidir qual é a atitude pastoral mais correta a adotar.
Sobre o tema dos “movimentos”, alguns bispos ressaltaram o risco de uma deriva de alguns líderes para o personalismo. Ao reafirmar a necessidade de uma vigilância constante dos movimentos de fiéis presentes e operantes no território, a Dra. Ghisoni, subsecretária do Dicastério encarregada dos leigos, lembrou também que a mens do recente Decreto Geral do Dicastério, que disciplina o exercício do governo nas associações internacionais de fiéis, deveria ser, entre outros, a de erradicar o fenômeno do personalismo nos altos escalões das agregações e insistir na natureza do serviço de toda forma de governo na Igreja.