Vida

Medicina: reparadora ou transformadora? A missão do médico cristão

A professora. Gabriella Gambino traz o discurso do Card. Kevin Farrel ao XXXVI Congresso da FIAMC
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De 15 a 17 de setembro de 2022 aconteceu em Roma o XXVI Congresso da FIAMC (Federação Internacional das Associações Médicas Católicas), no Institutum Patristicum Augustinianum. Especialistas e profissionais reuniram-se para tratar do tema Medicina: reparadora ou transformadora? A missão do médico cristão

A professora Gabriella Gambino, subsecretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, pronunciou o discurso inaugural em nome de Sua Eminência, o Cardeal Kevin Farrel, Prefeito do mesmo Dicastério.

No seu discurso, o Prefeito quis sublinhar como, ao lado da necessária formação científica, é igualmente necessária uma tensão ética constante, voltada para a humanização do cuidado e para a busca do bem do paciente”. Com efeito, como leigos batizados, os médicos católicos são chamados a exercer “uma obra de evangelização numa forma que lhe é própria, (...) caracterizada pela proximidade, (...) pela capacidade de apreender a dignidade da pessoa além da sua infeliz condição, tendo grande atenção para o seu bem e a sua cura”.

Remeteu, em seguida, à atualidade e importância do tema que o congresso colocou em pauta. Questionar-se “sobre os objetivos e limites da medicina [é útil] para tomar consciência de uma dimensão constitutiva da pessoa, que é a sua finitude, a qual se manifesta principalmente na doença e na morte. São (...) experiências inerentes à existência humana que (...) devem ser inseridas num horizonte de sentido mais amplo”.

Existe “a tentação de superar os limites da humanidade através do uso de drogas e operações, em busca de uma saúde entendida como 'bem-estar perfeito' e da longevidade tendencialmente inacabável.” “A rejeição da fragilidade e dos limites, bem como as pesquisas biotecnológicas que visam a superação artificial da condição humana de finitude, representam uma ilusão de poder e revelam uma grande fragilidade interior.”

“Mesmo em contextos educativos”, reforçou então o discurso do Prefeito com um pensamento voltado para os jovens, “as experiências do limite e do erro têm um grande valor pedagógico.” Na conclusão do seu texto, agradeceu aos médicos católicos o empenho em aprofundar estas questões à luz de um horizonte amplo, propriamente antropológico, sem negligenciar a dimensão social e eclesial do serviço que, como médicos, prestam diariamente à humanidade.

24 de Setembro de 2022